Ronnie Lessa, ex-policial militar, confessou os assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em depoimento veiculado pelo programa Fantástico da TV Globo no último domingo (26).
Segundo Lessa, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão ofereceram a ele e a um de seus comparsas um loteamento clandestino na zona oeste do Rio de Janeiro como pagamento pelos homicídios.
Lessa alegou que a proposta envolvia uma quantia considerável de dinheiro, chegando a R$ 100 milhões, correspondentes ao lucro estimado do loteamento. Ele descreveu os encontros com os irmãos Brazão em uma avenida na Barra da Tijuca, onde teriam discutido a motivação por trás dos assassinatos.
Segundo Lessa, Marielle Franco foi vista como um obstáculo para os interesses dos irmãos Brazão, especialmente em relação à exploração de serviços ilegais no loteamento, como “gatonet”, venda de gás e transporte de moradores. Ele afirmou que não foi contratado como um assassino de aluguel, mas sim para participar de uma sociedade com os mandantes dos crimes.
Embora as declarações de Lessa tenham sido homologadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal não conseguiu corroborar os encontros mencionados pelo ex-policial. Lessa encontra-se detido na Penitenciária Federal de Campo Grande desde dezembro de 2020, aguardando julgamento.
As defesas dos irmãos Brazão negaram as acusações de Lessa, afirmando que não há evidências que sustentem suas alegações e que a delação é uma tentativa desesperada em busca de benefícios legais.