O Ministério Público do Piauí, nesta segunda-feira (11), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou a Operação Primus e cumpriu 41 mandatos de busca e apreensão e cientificou dois alvos da aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme Decisão do Desembargador Relator Sebastião Ribeiro Martins, da 1ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí.
A Operação investiga os crimes de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, organização criminosa, peculato, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, que foram cometidos através de contratados entre empresas de fachadas e o município de Baixa Grande do Ribeiro, localizado no sul do Piauí.
Sebastião Ribeiro autorizou que a Operação também realizasse o bloqueio de bens dos investigados o valor de R$ 1.869.867,00, montante este já contabilizado como desviado pela organização criminosa. Os alvos da investigação são políticos, servidores públicos, empresas que atuam no município e seus sócios e proprietários.
Foram apreendidos cerca de R$ 200 mil em dinheiro em Campo Alegre, na Bahia.
Segundo a investigação, existe um conluio entre políticos e servidores públicos que visa o desvio de recursos públicos do município de Baixa Grande do Ribeiro.
A ação funcionava assim:
(a) direcionamento de licitações às empresas de fachada utilizadas pela organização criminosa, seguido de suas contratações com sobrepreço pelo gestor municipal; (b) a inexecução e/ou sobreposição de obras; (c) repasse do recurso público das contas bancárias das empresas de fachada diretamente para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares, bem como de empresas ligadas a eles.
As ações foram realizadas pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em conjunto com a Polícia Civil (PC-PI), a Polícia Militar (PM-PI), Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), a Controladoria-Geral da União no Piauí (CGU-PI), a Polícia Rodoviária Federal (PRF-PI) e o GAECO do Ministério Público da Bahia.