O Conselho de Administração da Petrobras anunciou que levará para a assembleia do dia 25 de abril a proposta para a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Em uma reunião realizada nesta sexta-feira (19), o conselho avaliou que a capacidade de financiamento dos projetos da empresa aumentou de 65% para 85%.
Essa decisão representa um desdobramento significativo, considerando que em discussões anteriores o governo havia se oposto à medida. Com a maioria do conselho composta por representantes do governo, com 11 conselheiros no total e 6 indicados pelo governo, a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos bastidores, proporcionou o suporte técnico necessário para a aprovação do pagamento dos dividendos.
A equipe econômica tem como meta alcançar o déficit zero em 2024, porém, tem enfrentado desafios no Congresso Nacional em relação a medidas que visam ampliar a arrecadação. Em março, a Petrobras reteve R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários que seriam distribuídos aos acionistas. Uma distribuição integral desses dividendos retidos representaria quase R$ 13 bilhões para os cofres do Tesouro Nacional.
Anteriormente, em março, a diretoria da Petrobras propôs o pagamento de metade dos dividendos extraordinários, porém, os representantes do governo no Conselho de Administração votaram contra a proposta, que foi rejeitada. Na ocasião, foram pagos apenas os dividendos ordinários, no valor de R$ 14 bilhões.
Os acionistas da Petrobras já esperavam uma redução nos repasses de dividendos, desde que uma nova política de dividendos foi anunciada em julho de 2023. De acordo com as novas regras, a distribuição passou de 60% para 45% do fluxo de caixa livre da empresa.