Estudo divulgado hoje (25) pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal estima que 46,7% das crianças de até 3 anos (o equivalente a mais de 5 milhões de crianças) têm necessidade de frequentar a creche em áreas urbanas no Brasil. Desse percentual, 23,3% são de famílias pobres, 20,7% são filhos de mulheres que trabalham ou trabalhariam fora de casa se houvesse vaga em creche e 2,7% são de famílias monoparentais.
A pesquisa utiliza o Índice de Necessidades de Creches (INC), indicador que permite dimensionar e identificar, em cada município, os grupos que mais precisam de creche. Ele tem como base metodologia desenvolvida pela Fundação de Economia e Estatística, do Rio Grande do Sul.
O Plano Nacional de Educação (PNE), em sua Meta 1, prevê que, até 2024, pelo menos 50% das crianças até 3 anos tenham uma vaga assegurada em creche. Segundo o Relatório do 3º Ciclo de Monitoramento do PNE 2020, o percentual de crianças de até 3 anos em creches estava em 35,7% em 2018, ano do último resultado disponível.
Na avaliação da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, por se tratar de uma média nacional, essa meta do PNE não traduz as reais necessidades de cada região. Dependendo das características socioeconômicas da população, a demanda pode ser maior ou menor do que essa meta.
Segundo o estudo, em 2020, 51% das crianças do Sudeste precisam de creche; no Sul, são 46,8%; no Nordeste, 44,7%; no Norte, 42,5%, enquanto no Centro-Oeste, a proporção é de 38,5%. No Norte e no Nordeste, a maior necessidade é de crianças pobres; nas demais regiões, quem mais precisa de creche são os filhos de mães que trabalham fora de casa ou trabalhariam se houvesse vaga em creche.
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