Durante um evento em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância de regular os jogos de azar no Brasil. Segundo ele, a falta de controle sobre apostas online tem levado pessoas de baixa renda a se endividarem, e isso exige uma ação urgente por parte do governo.
“O que estamos vendo num país como o Brasil é um jogo de aposta. O Brasil sempre foi contra o cassino, qualquer tipo de jogo de azar. Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, da sala”, afirmou Lula durante o encontro intitulado Em Defesa da Democracia, Combatendo os Extremismos, realizado na última terça-feira (24).
O presidente destacou a preocupação com o impacto das apostas online nas famílias mais pobres, que, na tentativa de melhorar sua condição financeira, acabam se endividando. “Estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo apostas. E isso é um problema que vamos ter que regular porque senão daqui a pouco vamos ter cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, alertou.
Além do tema das apostas, Lula também mencionou a possibilidade de o governo propor um projeto de lei que vise restringir o uso de celulares em salas de aula de escolas públicas e privadas. Segundo o presidente, essa proposta será apresentada ao Congresso Nacional em outubro e deverá provocar um intenso debate.
Lula reconheceu que a discussão será complexa, mas afirmou que ela será conduzida com transparência e diálogo com especialistas. Em tom de brincadeira, ele comentou: “Tenho dito que talvez eu seja o presidente que vai ter passeata de menino de 6 anos de idade”.
Ainda durante o evento, Lula voltou a criticar o empresário Elon Musk, sugerindo que a regulamentação global é essencial para evitar que figuras como Musk desafiem leis nacionais. “Nós precisamos a nível universal ter uma regulação porque, de repente, você tem um cidadão que se transformou no mais rico do mundo que ousa desafiar a Constituição dos países que não concordam com ele”, disse.
O encontro, coorganizado pelo presidente brasileiro e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, reuniu líderes de esquerda e alguns liberais, mas não contou com a presença de governantes conservadores. Lula mencionou que não haverá a produção de um documento oficial, mas que ele e Sánchez assinarão uma nota conjunta resumindo as discussões.