Na segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou um investimento de R$ 5,5 bilhões destinado à infraestrutura do ensino superior. O anúncio inclui a construção de dez novos campi universitários e oito novos hospitais universitários federais, como parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Durante um encontro no Palácio do Planalto, com reitores de universidades e institutos federais, Lula destacou a importância da expansão do ensino superior para o desenvolvimento regional. Ele enfatizou a necessidade de garantir que todos os jovens tenham acesso à educação universitária e instou o Ministério da Educação a acelerar a construção dos 100 novos institutos federais previamente anunciados.
“O desenvolvimento das regiões periféricas depende da presença de institutos federais que adaptem seus cursos à realidade local, promovendo o desenvolvimento regional”, afirmou o presidente.
Lula também sublinhou a urgência na execução dos projetos, sugerindo que os reitores procurem terrenos e prédios disponíveis nas cidades para iniciar as construções sem demora.
“Não podemos permitir que a falta de terreno ou a burocracia impeça a realização desses projetos”, afirmou.
Essa reunião marca o segundo encontro público de Lula com reitores desde o início de seu mandato. No encontro anterior, em janeiro do ano passado, o presidente prometeu tirar a educação do obscurantismo. No encontro desta segunda-feira, os reitores expressaram a necessidade urgente de um orçamento mais robusto para o ensino superior, que enfrenta uma situação crítica. A presidente da Andifes, Márcia Abrahão, pediu que o orçamento das universidades seja elevado para R$ 8,5 bilhões, ajustado pela inflação desde 2017.
Elias Monteiro, presidente do Conif, destacou os desafios enfrentados pela educação nos últimos anos, incluindo cortes orçamentários e a tentativa de limitar a autonomia institucional. Ele alertou sobre a persistente falta de recursos para assistência estudantil e transporte escolar.
Os novos investimentos serão direcionados à infraestrutura de 69 universidades federais e à construção de novos campi em localidades como São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA) e São José do Rio Preto (SP). Cada novo campus, com capacidade para 2,8 mil alunos, receberá um investimento de R$ 60 milhões.
Além disso, R$ 3,17 bilhões serão destinados a 338 obras, abrangendo novas construções, retomadas e conclusões de projetos inacabados. Os hospitais universitários vinculados à Ebserh receberão R$ 250 milhões adicionais este ano, totalizando R$ 1,75 bilhão, com a construção de oito novos hospitais.
As universidades federais também se beneficiarão de um aumento de R$ 400 milhões no orçamento para custeio. Em maio, o MEC já havia recomposto R$ 347 milhões do orçamento cortado, destinando mais R$ 279 milhões para as universidades e R$ 120,7 milhões para os institutos federais. O Programa Bolsa Permanência será ampliado com 5,6 mil novas vagas e um aporte adicional de R$ 35 milhões, totalizando um orçamento de R$ 233 milhões. O programa passará a atender mais de 18 mil estudantes indígenas e quilombolas.
Lula afirmou que há potencial para buscar mais recursos, desde que os projetos sejam executados rapidamente. Ele destacou que a apresentação de projetos sólidos é fundamental para a obtenção de financiamento adicional.