Os servidores da Superintendência da Tecnologia da Informação (STI) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) emitiram uma carta aberta à comunidade, anunciando a paralisação de suas atividades.
O comunicado, divulgado na sexta-feira (26), destaca a situação precária em que se encontra o setor e sua decisão de aderir ao movimento grevista dos técnico-administrativos em Educação (TAE), embora as pautas específicas não estejam diretamente relacionadas.
Na carta, os servidores expressam preocupação com a diminuição dos investimentos no setor, apesar do aumento das demandas. Eles destacam que vários contratos de equipamentos e serviços chegaram ao fim nos últimos anos sem renovação, mesmo diante dos esforços para comunicar as necessidades com antecedência.
Além disso, a carta menciona as recorrentes falhas no serviço de Wi-Fi, que se tornaram públicas durante uma interrupção de quase uma semana. Os servidores apontam para a falta de reconhecimento do corpo técnico da STI na elaboração das notas de esclarecimento emitidas pela UFPI durante esses incidentes.
Outra preocupação destacada na carta é a infraestrutura elétrica precária do prédio onde a Superintendência está localizada, com registros de panes elétricas recorrentes. Em um dos casos, os fios estavam submersos em água, representando riscos de curto-circuito e incêndio.
Diante desse cenário, os servidores apresentaram oito condições para o retorno às atividades, incluindo a necessidade de tratamento estratégico da STI, a escolha do superintendente e dos coordenadores com a participação da equipe, priorização do orçamento, entre outras demandas relacionadas à gestão e investimento no setor de Tecnologia da Informação.
A UFPI ainda não emitiu uma declaração oficial em resposta à carta aberta dos servidores.
Confira as condições exigidas:
1 – A STI precisa ser tratada como estratégica, o que implica que o superintendente tenha assento nos conselhos;
2 – O superintendente, não deve ser uma pessoa completamente externa aos trabalhos da STI, baseado apenas em critérios políticos, pois isso resulta em morosidade, atrasos, falhas e, pior, perda do conhecimento acumulado. Preferencialmente, escolhido com a anuência da equipe da STI;
3 – Os coordenadores da STI devem ser, exclusivamente, Analistas ou Técnicos de TI lotados na STI, também escolhidos com a anuência da equipe;
4 – O orçamento da STI deve ser prioridade em relação a tudo quanto seja possível. É claro que entendemos que a disputa por orçamento é política e tem que ser discutida a cada tempo, mas é preciso sempre manter em mente a questão: “se a STI parar por falta de recursos, meu setor continuará funcionando?”
5 – Os planos estratégicos devem ser feitos com base na realidade do setor e da instituição. Devem ser seguidos com máximo rigor, pois não basta manter os esforços, quando se trata de TI. Não acreditamos que a participação das tecnologias nas nossas vidas deve diminuir, senão continuar aumentando vertiginosamente e precisamos de planejamentos que considerem isso como essencial;
6 – A relação das pós-graduações com o setor de TI deve se tornar orgânica. Acreditamos que a pesquisa pode ajudar muito a resolver problemas da nossa universidade, por isso defendemos que os setores administrativos devam estar em estreita ligação com a pós-graduação para unir esforços na construção da excelência em resultados de ambos os lados;
7 – A mudança da forma de gestão para uma gestão baseada em projetos;
8 – A reativação do Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e Comunicação e a implantação de todos os mecanismos de controle que se fazem necessários à continuidade dos serviços de TI (plano de continuidade, gestão de riscos, gestão de contingências, gestão da qualidade…).