A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na terça-feira (2), novas diretrizes para combater o tabagismo, incluindo apoio comportamental de profissionais de saúde, intervenções digitais e tratamentos farmacológicos. Esta é a primeira vez que a OMS estabelece diretrizes específicas para o tratamento do tabagismo.
O objetivo da OMS é ajudar mais de 750 milhões de usuários de tabaco a abandonar o uso de produtos como cigarros, narguilés, tabaco sem combustão, charutos, tabaco de enrolar e produtos de tabaco aquecido (HTP).
“O lançamento dessas diretrizes representa um marco crucial na nossa luta contra esses produtos perigosos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. De acordo com a OMS, mais de 60% dos 1,25 bilhões de usuários de tabaco no mundo – mais de 750 milhões de pessoas – desejam parar de fumar, mas 70% não têm acesso a serviços eficazes.
Recomendações
A OMS destaca que a combinação de tratamentos farmacológicos com apoio comportamental pode aumentar significativamente as chances de sucesso na cessação do tabagismo. “Os países devem oferecer esses tratamentos sem custo ou a preços acessíveis para melhorar o acesso, especialmente em países de baixa e média renda”, afirma a entidade.
As diretrizes recomendam o uso de vareniclina, que reduz o desejo de fumar e alivia sintomas de abstinência. Também sugerem a terapia de reposição de nicotina (TRN), que pode incluir goma de mascar, pastilhas ou adesivos transdérmicos de nicotina, conforme a avaliação clínica.
Outros medicamentos recomendados incluem bupropiona ou cloridrato de bupropiona (antidepressivo) e citisina (fármaco de origem vegetal).
A OMS também sugere intervenções comportamentais como aconselhamento breve de 30 segundos a três minutos por profissionais de saúde, oferecido rotineiramente em ambientes de saúde, além de apoio mais intensivo por meio de aconselhamento individual, em grupo ou por telefone.
Intervenções digitais recomendadas pela OMS incluem mensagens de texto, aplicativos para smartphones e programas de internet que podem servir como complementos ou ferramentas de autogestão.