Entre famílias de baixa renda o número é ainda maior, 44% nunca realizaram uma consulta com o especialista.
Por Luis Fernando Amaranes | Publicado em 25/10/2020 às 17H00
A visão é um dos sentidos mais importantes do corpo humano. Apesar disso, os cuidados com essa área ainda são muito negligenciados por grande parte da população brasileira. É o que revela recente pesquisa do Ibope, encomendada pela Alcon com apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Segundo dados divulgados cerca de 34% dos brasileiros adultos nunca foram ao oftalmologista.
Esse percentual é ainda maior entre as famílias de baixa renda (ganho de até 700 reais por mês), nas classes D e E, onde 44% nunca foi ao oftalmologista. Para grande parte da população, as consultas acontecem somente em casos de extrema necessidade, 74% dos pesquisados. Os dados preocupantes revelam um descaso em relação a saúde dos olhos.
De acordo com o oftalmologista Tony Cantanhede, as visitas frequentes ao profissional previnem diversas doenças e podem evitar até mesmo a cegueira. “Existem doenças que se diagnosticadas precocemente podem ser tratadas, porém se descobertas tardiamente levam a cegueira muitas vezes permanente”, comenta.
Uma delas é o glaucoma, segundo o Ministério da Saúde a doença atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil.
“O glaucoma é hoje a principal causa de cegueira irreversível. A maneira mais eficaz de cuidar da doença é com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, que só pode ser indicado por em especialista”, explica o médico.
Outra doença que leva a cegueira, mas pode ser revertida é a catarata. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ela atinge cerca de 20 milhões de pessoas no mundo.
Os distúrbios de refração, como miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo, também afetam grande parte da população.
“Esses casos podem ser corrigidos apenas com uso de óculos. Porém, o grau indicado só deve ser prescrito por um profissional da área de oftalmologia. Por isso, é tão importante a consulta periódica em qualquer faixa etária. Essas visitas devem acontecer por pelo menos uma vez ao ano. Em alguns casos mais específicos essa frequência pode alterar de acordo com indicação do profissional”, finaliza Tony Cantanhede.