O partido neste início de ano foi paralisado devido ao conflito nos últimos dias entre Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Internamente, os membros da legenda acreditam que esse desgaste não era necessário e prejudicou a discussão sobre a campanha eleitoral.
Ao mesmo tempo, em que a esquerda está avançando nas negociações, principalmente em relação à disputa na capital do país, São Paulo, o PL é noticiado por disputas entre dois de seus principais líderes nacionais.
Bolsonaro não gostou nem um pouco das declarações elogiosas de Costa Neto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça. Esses ruídos entre eles eram comuns.
Costa Neto aparece em declarações recentemente divulgadas nas redes sociais afirmando que Lula tem “prestígio” e que Bolsonaro tem “carisma”. Além disso, Bolsonaro “não é uma pessoa igual a nós”, o que o torna “mil vezes” mais difícil de lidar.
O ex-chefe do governo respondeu sem mencionar o presidente da legenda. Em um vídeo, ele aparece criticando o aliado ao lado de apoiadores no litoral do Rio de Janeiro.
“Esta semana tive um problema sério, não vou falar com quem. ‘Ó, se continuar assim, você vai implodir o partido’. Pessoa do partido dando declaração absurda. Como ‘o Lula é extremamente popular’. Manda ele vir tomar um 51 ali na esquina. Não vem”, disse.
As eleições municipais deste ano parecem marcar uma nova disputa entre os partidários petistas e bolsonaristas. O PL planeja eleger mais de mil prefeitos em todo o país e pretende lançar candidato próprio em quase todas as capitais.
O PT não faz contas nem vai exigir que os petistas sejam honestos. Com o apoio de partidos aliados, como o PP, os Republicanos e a União Brasil, que compõem o Centrão, Lula busca preservar a posição que o levou ao terceiro mandato.
Esse “terceiro turno” entre os extremos também visa 2026. A chance de vitória aumenta com o número de prefeitos aliados, principalmente nos centros urbanos. Hoje, o PT não administra capital.
A discrepância entre Bolsonaro e Costa Neto não foi divulgada nas mídias sociais da direita. O assunto permanece em silêncio nesses grupos. Aliados do ex-presidente não percebem nenhum problema ou impacto significativo no incidente.
O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS), um dos vice-líderes da oposição, afirmou que a disputa entre Bolsonaro e Costa Neto não apresenta problemas “a médio prazo”. Ele previu uma vitória contundente da direita nas eleições de outubro. As declarações do presidente do PL foram minimizadas pelo parlamentar.
Na minha opinião, a declaração de Valdemar não é muito mais do que isso. Foi maldosamente distorcida para diferir. Devido à sua postura antipetista, Bolsonaro reagiu com veemência. Ele é responsável por isso. “Não vejo nenhum problema no médio prazo,” afirmou Marcon ao Correio.
Como cabo eleitoral, Bolsonaro terá um desempenho excepcional para o deputado gaúcho nas eleições para prefeitos e vereadores. Ele até acredita que hoje o ex-presidente receberia mais votos do que em 2022, quando ganhou 58,2 milhões de votos no segundo turno.
“Nestas eleições, os partidos que ficarem ao centro vão diminuir de tamanho. As pessoas estão atentas a votarem em quem é de algum espectro político. Bolsonaro, hoje, faria mais votos que em 2022. E isso vai se refletir nas eleições. Quem ele apoiar será difícil de ser derrotado. É o caso aqui no nosso estado”, afirmou o deputado.
“Deve passar de mil prefeitos e de milhares de vereadores. E para 2026, a projeção é de o PL fazer um senador por estado e perto de 200 deputados federais”, avaliou.
Com informações Correio Braziliense