A Petrobras divulgou que nos últimos seis anos distribuiu cerca de R$ 446,4 bilhões em dividendos aos acionistas, marcando um importante capítulo na trajetória financeira da estatal. Este montante inclui recentes pagamentos extraordinários que somam R$ 21,9 bilhões, além dos R$ 14,2 bilhões referentes aos dividendos ordinários do quarto trimestre de 2023. Segundo informações do Valor, existe ainda a possibilidade de um pagamento adicional de R$ 21,9 bilhões este ano, elevando o total para aproximadamente R$ 468,3 bilhões.
Essa política de remuneração dos investidores da Petrobras tem sido alvo de debates, especialmente diante das promessas do presidente Lula em reduzir a “sangria” de recursos da empresa. A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras, realizada recentemente, foi o palco onde tais decisões foram tomadas. Durante o evento, foi aprovada a destinação de R$ 94,3 bilhões em remuneração aos acionistas, referente ao ano de 2023.
Este montante inclui antecipações aprovadas no mesmo ano e pagas até março de 2024, totalizando R$ 58,2 bilhões. O restante, cerca de R$ 36,1 bilhões, será distribuído agora, dividido entre R$ 14,2 bilhões em dividendos ordinários e R$ 21,9 bilhões em dividendos extraordinários. Tais decisões refletem não apenas a política financeira da empresa, mas também suas interações com o governo e o mercado.
No entanto, opiniões divergem sobre essa distribuição de dividendos. Enquanto alguns analistas enxergam a prática como positiva para os acionistas e a estabilidade financeira da Petrobras, outros levantam preocupações sobre seu impacto nos investimentos futuros e na capacidade da empresa de enfrentar desafios do mercado.
Grupos como o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) têm expressado preocupação com os potenciais impactos de longo prazo dessa política de distribuição de dividendos, ressaltando a importância de reinvestimentos na empresa e em setores estratégicos para o país.