Setores do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) estão articulando a possibilidade de que o ministro Alexandre de Moraes seja afastado da relatoria do inquérito que investiga o vazamento de comunicações entre servidores do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A principal razão apresentada é que Moraes, por ser uma das vítimas das mensagens vazadas, poderia estar em conflito de interesses ao conduzir a investigação.
Um ministro do STF, que preferiu manter o anonimato, mencionou que há duas alternativas em discussão: ou Moraes conduz o inquérito de maneira mais reservada, ou se afasta da relatoria. No entanto, essa última opção é vista como improvável devido ao perfil de atuação firme do ministro.
Além disso, há um receio de que, caso irregularidades sejam confirmadas nas informações divulgadas pelo jornal *Folha de S.Paulo*, Moraes possa ser alvo de investigação, o que reforçaria a necessidade de outro ministro à frente do processo.
Dentro da PGR, alguns procuradores também defendem que Moraes siga o exemplo de um caso anterior, em que ele se afastou da relatoria de uma investigação que envolvia ataques a ele e sua família.
Embora esse posicionamento encontre apoio em parte da corte e da PGR, não há consenso. Uma fonte ligada ao STF afirmou que, até o momento, não vê impedimento para que Moraes continue na relatoria, destacando que a principal discussão ocorrerá na fase de julgamento de uma eventual denúncia.