Exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) do Ministério das Comunicações antecipadamente, nesta quarta-feira (21), Fábio Faria garantiu que foi ele quem pediu para deixar o cargo.
Em contato com o jornal O Globo, Faria afirmou que requisitou a exoneração ao presidente para reassumir o mandato de deputado federal antes de viajar com a família para Orlando, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (22).
Como o retorno à Câmara dos Deputados não poderia ser feito à distância, esta foi a solução encontrada por ele para reassumir o mandato e manter os planos de fim de ano com a família.
Faria garantiu, ainda, que a saída é uma “formalidade” e que ficaria até o dia 31 de dezembro no ministério, como previsto, se não houvesse impedimento para que reassumisse como deputado.
O agora ex-ministro também se manifestou sobre o caso por meio das redes sociais e agradeceu Bolsonaro pela oportunidade. “Um período de muito trabalho e união em torno de um projeto para fazermos o Brasil melhor, ao lado de uma equipe muito competente. Jair, minha total amizade, lealdade e admiração ao melhor Presidente do Brasil”, escreveu.do Brasil”, escreveu.
A exoneração de Faria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira, a dez dias do fim do mandato de Bolsonaro. Ainda não foi nomeado um substituto.
Quem é Fábio Faria
Fábio Faria estava no comando do Ministério das Comunicações desde junho de 2020, após Bolsonaro decidir recriar a pasta, que até então era vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. No período em que esteve à frente do ministério, Fábio liderou a implantação da tecnologia 5G no Brasil.
Em fevereiro de 2022, Faria decidiu não levar adiante a candidatura ao Senado e permaneceu no cargo. Apesar da decisão, trocou de partido em março e oficializou filiação ao Progressistas (PP) – era filiado ao PSD desde 2011.
Fábio é deputado federal, mas esteve fora do exercício para chefiar o Ministério das Comunicações.
O deputado, em outubro deste ano, já a poucos dias do segundo turno, convocou uma coletiva de imprensa às pressas para denunciar o que chamou na época de “fato grave”, sob a alegação de um suposto privilégio ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na veiculação de inserções de rádios no segundo turno.
No entanto, pouco tempo depois o então ministro das comunicações recuou e admitiu, ao Estadão, que se arrependeu de ter divulgado o caso das rádios quando o tema passou a ser usado como estratégia pela família do presidente Jair Bolsonaro para tentar adiar a votação do segundo turno. Ele também relatou que foi gasto cerca de R$ 1,5 milhão com a produção de dossiê para tentar embasar a denúncia.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, na ocasião, classificou a denúncia como inconsistente, disse que o relatório apresentado à Corte era “apócrifo” e pediu provas. Moraes também pediu investigação para averiguar possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana”.