O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, pode perder os benefícios do acordo de delação premiada e ser preso novamente, desta vez por obstrução de justiça. A possibilidade surgiu após suspeitas de que Cid teria cometido omissões ou dado informações falsas durante a colaboração com as investigações sobre uma trama golpista. O depoimento de Cid está marcado para quinta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele será questionado sobre essas contradições.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, presidirá a audiência, e já solicitou um parecer ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre as supostas omissões no acordo de colaboração. A situação de Cid ganhou atenção, pois ele está sendo investigado em várias frentes, incluindo a tentativa de minar o processo democrático em 2022.
Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, desempenhou papel crucial em diversas ações políticas durante o governo anterior. A investigação o envolve principalmente nas apurações sobre tentativas de obstrução de justiça e disseminação de desinformação, além de sua suposta participação em um movimento golpista.
A expectativa é que o depoimento de Cid esclareça as divergências entre suas declarações no acordo de delação e as investigações da Polícia Federal. Caso fique comprovada a obstrução de justiça ou falsidade nas informações fornecidas, o ex-militar pode ter sua colaboração anulada e enfrentar novas sanções legais.