Ao participar da celebração dos 90 anos da Universidade de São Paulo (USP) nesta quinta-feira (25), o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ovacionado. O presidente do governo foi recebido com palavras de “olé, olé, olé, lá, Lula, Lula” ao ser chamado para receber a maior honraria da instituição, a medalha Armando Salles de Oliveira, que foi instituída em 2008 em homenagem às pessoas, entidades e organizações que contribuem para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica.
Ao longo do discurso, Lula repetiu-se em alfinetar indiretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando a deterioração da educação e caracterizando sua gestão como obscurantista, afirmando, no entanto, que “felizmente esse tempo ficou para trás”.
A universidade, a produção científica e a educação em geral foram atacadas nos últimos anos. O período de anticiência e obscurantismo. Afirmou que esse tempo ficou para trás.
O presidente exaltou a democracia e afirmou que ela “não está pronta em lugar nenhum” durante seu discurso. Ela precisa ser desenvolvida a cada minuto, hora e gesto. Ao relembrar que ambos eram adversários históricos, disse: “Por isso estou muito feliz em ter o companheiro Alckmin como meu vice”.
Lula também defendeu a Lei de Cotas. “A cada dia que passa, ela vai ficando cada vez mais com a cara do Brasil. Uma cara que é preta, branca, parda, indígena. É a cara das periferias. Hoje, mais da metade dos estudantes da USP vieram da escola pública. Isso significa que, desde sua adesão ao sistema de cotas, a USP está mostrando que para fazer parte do chamado ‘berço do conhecimento’ não é preciso nascer em berço de ouro”.
O petista também elogiou a universidade por ter formado personalidades como presidentes, ministros e outros líderes do país.
“É com imensa alegria que participo deste momento em que a USP celebra 90 anos de vida e de produção de conhecimento. Eu poderia cumprimentá-la pela formação de 12 presidentes da República e de dezenas de ministros do Supremo Tribunal Federal”.
“Embora eu não tenha tido a oportunidade de estudar na USP, fui muito ajudado por homens e mulheres que se formaram pela USP. Por isso, eu sou muito grato a essa universidade”, acrescentou.
Lula falou sobre an inclusão da USP na lista das 100 melhores universidades do mundo e afirmou que solicitou ao ministro da Educação, Camilo Santana, an inclusão de mais instituições nesta categoria de excelência para o país.
“Ter apenas a USP no topo do ranking mundial é muito pouco. Eu pedi para o Camilo, disse que precisamos de mais. Podemos ter uma USP em cada estado. Podemos ter muitas outras universidades entre as primeiras do mundo. Não vamos mais desperdiçar as chances de investir em educação”.
Embora esteja na capital, o candidato à reeleição para governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, não participou do evento. Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e ex-reitor da Universidade de São Paulo de 2018 a 2022, o representou.
Em nota, o governador disse que “reitera sua admiração e respeito pela instituição, que há décadas inspira e forma profissionais e líderes nas mais diversas áreas do saber”.