Lula afirmou que a demissão do general Augusto Heleno Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ocorreu por iniciativa própria do militar e não por pressão do governo ou de alguma autoridade superior. “Eu não tenho informação suficiente para saber o que aconteceu, mas o general Gonçalves Dias é uma pessoa que tem muita história no país e é respeitado. Se ele saiu, eu imagino que tenha sido por uma decisão própria”, declarou Lula.
Na quarta-feira, em outra solenidade no Palácio do Planalto, após a demissão de Gonçalves Dias, Lula abordou a relação com as Forças Armadas, mas não mencionou explicitamente o caso do general.
Juntamente com o ministro, o secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri, também apresentou sua renúncia. O órgão será dirigido interinamente por Ricardo Cappelli, que ocupa o segundo cargo mais importante no Ministério da Justiça. Cappelli já havia sido nomeado interventor na segurança pública do Distrito Federal durante os atos golpistas.
Esse pedido de demissão ocorreu após a divulgação de vídeos inéditos da invasão do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Nos vídeos, Dias e alguns auxiliares aparecem ajudando os invasores, abrindo portas e encaminhando-os para outros andares do prédio. A divulgação das imagens gerou uma grande repercussão e levou à renúncia do general.
A relação entre Lula e o GSI já estava tensa antes mesmo da posse do presidente. Durante o período de transição de governo, Lula decidiu que a sua segurança pessoal seria realizada pela Polícia Federal e não mais pelos servidores do GSI. Após os recentes ataques ao Palácio do Planalto, o desconforto se intensificou. O presidente expressou descontentamento com a presença de membros das Forças Armadas no GSI e levantou a possibilidade de conivência por parte deles na entrada de extremistas no prédio. Segundo Lula, isso poderia ter facilitado a invasão por parte dos vândalos.