Em editoriais divulgados na sexta-feira (28), os jornais “The New York Times”, “The Wall Street Journal”, “Financial Times” e a revista “The Economist” incitaram o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a reconsiderar sua candidatura à reeleição. Os editoriais destacaram preocupações com potenciais ameaças à democracia que um novo mandato de Donald Trump poderia trazer, argumentando que Biden enfrenta desafios significativos para derrotar seu adversário nas eleições de novembro deste ano.
Com 81 anos, Biden teve um desempenho considerado abaixo do esperado no primeiro debate eleitoral de 2024 contra o ex-presidente Donald Trump, o que levou membros de seu partido e a mídia norte-americana a especularem sobre a viabilidade de sua permanência na corrida presidencial. Caso seja reeleito, Biden teria 86 anos ao deixar o cargo.
O “The New York Times” observou que Biden apareceu no debate “como uma sombra de seu passado como um grande servidor público” e “um presidente admirável que já foi”, apontando dificuldades em articular suas ideias de forma clara. O jornal também questionou se Biden ainda possui a mesma capacidade de liderança que o fez vencer Trump em 2020.
“No debate de quinta-feira, o presidente precisava convencer o público de que ainda é capaz de atender às exigências do cargo para mais um mandato. No entanto, não se pode ignorar o fato de que Biden não parece ser o mesmo líder que derrotou Trump há quatro anos”, declarou o editorial do “The New York Times”.
O “The Wall Street Journal” e “The Economist” também publicaram editoriais na sexta-feira à noite, sugerindo que Biden considere abrir mão de sua candidatura. A revista Time, em uma nova capa, exibe uma imagem de Biden ultrapassando as bordas da revista com a palavra “pânico”.
O “The Wall Street Journal” argumentou que o presidente “claramente não está preparado para mais quatro anos” de mandato e instou o Partido Democrata a buscar uma alternativa mais forte. “Trump está contando com a manutenção de Biden como candidato democrata, mas o país merece uma escolha melhor”, afirmou o editorial.
A publicação também alertou que a persistência de Biden na corrida poderia abrir caminho para uma vitória de Trump, o que, segundo o jornal, representaria uma ameaça à democracia. “Líderes ambiciosos aproveitam a fraqueza percebida”, concluiu o editorial.
Em um comício na Carolina do Norte na sexta-feira, Biden reiterou sua determinação em seguir na disputa, afirmando que vencerá as eleições. A coordenadora de sua campanha enfatizou que ele não tem intenção de abandonar a corrida presidencial.
Até a última atualização desta reportagem, a campanha de Biden não havia comentado sobre os editoriais publicados pelos veículos de mídia.