O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não esteve presente na reunião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pela demissão do então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Conforme fontes próximas ao presidente Lula, Haddad não teve participação no processo que culminou na saída de Prates, conforme reportado pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira.
A decisão foi tomada na Casa Civil, com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), considerados opositores de Prates. O planejamento para a demissão foi conduzido de forma a evitar a intervenção de Haddad, que havia manifestado apoio à permanência de Prates em abril. Durante a reunião crucial, Haddad estava em um encontro com secretários no Ministério da Fazenda.
Para analistas políticos e econômicos, a ausência de Haddad indica o fortalecimento de Rui Costa dentro do governo. No dia seguinte à demissão, Haddad optou por manter silêncio sobre o ocorrido. Em abril, ele havia argumentado que não havia fundamentos técnicos para a demissão de Prates e que uma decisão precipitada após as críticas de Silveira poderia agravar conflitos internos no governo.
Haddad também endossou a proposta de distribuição de dividendos pela Petrobras, uma posição defendida por Prates e que gerou discordâncias com Silveira. Esse apoio foi interpretado como um indício de que Haddad estava ganhando influência no governo, apesar das críticas de Lula ao desempenho de Prates.
Embora a demissão de Prates possa impactar negativamente a percepção dos investidores sobre o governo e a Petrobras, aliados de Haddad afirmam que o episódio não abalou sua relação com Lula. A decisão de Lula foi baseada em uma perda de confiança em Prates, mesmo com Haddad defendendo a distribuição de dividendos como forma de melhorar a situação financeira do governo.