Para Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, o programa de investimentos do governo federal deve, apesar da alta taxa de juros, fomentar investimentos privados no país e criar uma nova visão para as parcerias público-privadas (PPPs).
“Nós estamos preparando esses números de ações do governo federal [novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)], sejam de execução direta, ou que envolvem parcerias público-privadas (PPPs)”, apontou o ministro nesta segunda-feira (3/4) em balanço da reunião ministerial com os ministros das pastas dos setores produtivo e institucional, para preparar o balanço dos 100 dias de governo.
Costa aponta que o governo deve reformular a lógica das PPPs. “E nós estamos estruturando junto com o Ministério da Fazenda uma proposta de PPP, já que o governo federal até aqui, historicamente não participou, ou não elaborou, projetos de PPP. O governo se concentrou em fazer concessões públicas, mas não tem histórico de PPP”, disse o ministro, que completou que espera que a União participe, nem que seja em um fundo garantidor das PPPs.
“Nós queremos participar, mesmo que seja tendo um fundo garantidor, mesmo que não tenha desembolso. Essa é uma área que nós queremos elaborar e, com isso, multiplicar o número de investimentos na parceria com estados e municípios. O que nós vamos fazer é abrir o leque de oportunidades de investimentos. Atrair muitos recursos de fundos de investimento privado internacional e nacional. Com várias modalidades que envolvem subconcessão, envolvem PPP, e sair daquela visão estreita que incluía apenas uma modalidade”, disse o ministro.
“Vemos que mais de 80% da população apoia o presidente quando ele pede a queda da taxa de juros. A gente entende que, com a queda da taxa de juros, viabiliza muitos dos projetos de concessão e de PPP. Com essas, os custos para a sociedade de uma taxa de retorno que viabilize os projetos ficariam muito onerosos para o conjunto da sociedade” ponderou o ministro quanto à taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC) e fortemente criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Costa aponta que o tema fez parte da pauta do encontro da manhã desta segunda-feira, e apontou que, apesar dos juros, o presidente Lula está otimista com o novo PAC. “Todos aqueles que conhecem o presidente Lula conhecem o otimismo dele. Ele diz que, apesar dessa taxa de juros, apesar dessas condições adversas ao investimento, o relato dos empresários e do ministro [Carlos Fávaro, Agricultura e Pecuária] que retornaram da China sinalizam um novo olhar do mundo sobre o Brasil”, apontou o ministro.
*com informações do correio brasiliense