A Procuradoria-Geral da República (PGR) planeja apresentar em fevereiro de 2025 a denúncia contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além do ex-ministro Anderson Torres. A análise do relatório de 800 páginas produzido pela PF é um dos fatores que contribuem para o prazo.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, avalia incluir em uma única denúncia os casos relacionados ao golpe, fraudes em cartões de vacina e o envio e venda ilegal de joias sauditas. A justificativa seria a conexão entre os fatos e os investigados, o que poderia otimizar o andamento processual e facilitar a apreciação do caso.
O Supremo Tribunal Federal (STF), onde o inquérito tramita, entra em recesso na segunda quinzena de dezembro e só retoma as atividades em fevereiro. O ministro Alexandre de Moraes deve enviar o inquérito para a PGR até o dia 25 de novembro. Após o envio, caberá à Procuradoria formalizar a acusação e detalhar as provas e argumentos contra os envolvidos.
Caso a denúncia seja aceita, os investigados se tornam réus e passam a responder em ações penais. A decisão pode abrir caminho para o início do julgamento pelo STF, envolvendo alguns dos episódios mais graves de suposta violação institucional do período recente.