O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro teria recomendado ao filho mais novo, Jair Renan Bolsonaro, candidato a vereador de Balneário Camboriú (SC) pelo Partido Liberal (PL), que permanecesse em silêncio durante um comício realizado na cidade.
Segundo informações, em determinado momento do evento, o locutor pediu para que Renan se dirigisse ao público presente. No entanto, antes que o candidato pudesse falar, seu pai fez um gesto negativo. Os dois tiveram uma conversa rápida ao pé do ouvido, e o comício terminou sem que o filho mais novo de Bolsonaro dissesse uma única palavra ao eleitorado, permanecendo ao lado do pai até o final do evento.
Ainda de acordo com as informações, Bolsonaro aconselhou Renan a falar o mínimo possível, ou até mesmo a não se pronunciar durante sua campanha. A justificativa seria a falta de experiência de Renan, que nunca havia se envolvido com a política, o que poderia levar a declarações que desagradariam o eleitorado.
Nas redes sociais, Renan parece seguir os conselhos do pai. Em suas publicações, ele aparece apenas entregando santinhos ao lado do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sem falar sobre suas propostas ou pedir votos diretamente.
A estratégia, segundo informações, é manter a imagem de Renan intacta até o pleito, de modo que os votos sejam conquistados usando apenas o peso do sobrenome Bolsonaro, visando garantir o maior número possível de conservadores na câmara.
Vale destacar que, em Balneário Camboriú, Bolsonaro (pai) obteve 74,57% dos votos no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
VOTO DE LEGENDA
Esse fenômeno é conhecido como “puxar votos” ou “voto de legenda”. Quando um candidato muito popular recebe uma quantidade significativa de votos, ele pode ajudar a eleger outros candidatos menos conhecidos ou com menor apoio, que estão no mesmo partido ou coligação.
Isso ocorre porque, em muitas eleições, a quantidade de votos recebidos por um candidato pode influenciar a distribuição de cadeiras entre os candidatos do mesmo partido. Assim, aqueles que não conseguiram votos suficientes para se eleger sozinhos podem garantir uma vaga por meio dos votos que foram “puxados” pelo candidato mais votado.
Essa estratégia é frequentemente utilizada em campanhas políticas, onde a força de um nome forte beneficia todo o grupo, aumentando as chances de sucesso para candidatos que, de outra forma, poderiam passar despercebidos.
Por Caroline Vitorino