O enviado especial do governo dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, se reuniu com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva hoje. Outros representantes dos governos estiveram presentes. Alckmin descreveu a reunião como “bastante proveitosa e ampla”. Segundo o vice-presidente, foram debatidos temas relacionados à pauta principal, que é a mudança climática, além de terem conversado sobre “parcerias em várias áreas”.
“Ficou claro que o Fundo Amazônia já foi ativado. Ele é auditado, é um fundo privado, gerido pelo BNDES, com auditoria nacional já abriu os primeiros projetos (…) Projetos na área humanitária, atendimento a comunidades indígenas, aos povos Yanomamis, combate à desnutrição, combate ao desmatamento e a organizações criminosas na região, e políticas públicas de renda”, contou. O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo e o congresso norte-americano, e junto à iniciativa privada, para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia, como também outras contribuições.
No início deste mês, após encontro de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Casa Branca já havia anunciado doações ao Fundo Amazônia. A negociação prevê um pagamento de cerca de US$ 50 milhões (R$ 261 milhões) ao fundo, que foi criado em 2008, e funciona com pagamentos baseados em resultados de conservação da floresta amazônica.
Como são as doações ao Fundo Amazônia: As doações ocorrem quando há queda nas taxas de desmatamento, com base nos dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); Em 15 anos, o Fundo Amazônia arrecadou R$ 3,4 bilhões em doações. A maior parte veio da Noruega (R$ 3,18 bilhões). A Alemanha depositou R$ 192,6 milhões. A Petrobras também doou ao fundo, com R$ 17,2 milhões;A gestão do fundo é feita pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Um técnico, que certifica dados e cálculos de emissões, e outro orientador, com membros da sociedade civil, que define critérios para aplicação de recursos, completam a equipe administrativa.
Os pagamentos são voluntários, podem ser feitos por outros governos e também por empresas. Novos aportes foram paralisados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), após decreto presidencial que extinguiu conselhos participativos.
* com informações da uol