Parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram em defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (9), acusado de ter cometido interferência no dia das eleições de 2022 e de ter praticado prevaricação e violência política.
Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Vasques “está sofrendo a real ‘violência política’”.
“Atenção PRFs, não TRABALHEM, pois vocês podem ser PRESOS por “ato antidemocrático”. Nem usem camisa do Flamengo com nº 22. O 13 tá liberado”, prosseguiu Flávio, fazendo referência ao número eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT).
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) disse que “chegará o dia em que tudo isso chegará na imprensa, na esquerda e em todos aqueles que se silenciam ou aplaudem essas decisões arbitrárias e se questionarão “como foi que deixamos chegar a esse ponto?”. Terá sido tarde demais!”.
Para o deputado federal Evair de Melo (PP-ES), a prisão de Vasques “foi injusta e desnecessária, apenas uma tentativa de distração do foco real do dia 08 que alcançam os porões do Palácio. Silvinei sempre esteve pronto a cooperar”.
A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) considera que a detenção configura uma “perseguição implacável”.
Relembre o que aconteceu
O mandado de prisão preventiva de Silvinei Vasques foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob o argumento de que a manutenção de sua liberdade ameaçaria a veracidade de depoimentos de testemunhas, que podiam ter medo da influência dele.
A investigação em questão trata da eventual interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na ocasião, o ex-diretor da PRF comandou diversas ações que dificultaram o acesso de eleitores às urnas, principalmente em cidades do Nordeste, região em que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava as intenções de votos.
Para a Polícia Federal, Vasques teria determinado “policiamento direcionado”
A apuração da PF que levou à prisão do ex-diretor-geral da PRF começou com uma denúncia relatada por um servidor que estava lotado na Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres.
Tanto Vasques quanto Torres foram ouvidos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de Janeiro. Relembre o que disseram.
Ainda assim, a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou nesta quarta-feira que o colegiado precisa ouvir Vasques novamente, a partir das novas circunstâncias.
Além do ex-diretor-geral, a operação mirou a ex-cúpula da PRF seus assessores na força de segurança. Entre eles: o ex-corregedor-geral da PRF, Wendel Matos; o ex-diretor de Operações, Djairlon Moura; e o ex-diretor de Inteligência da PRF, com nome ainda não divulgado pela polícia.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, na operação Constituição Cidadã, contra agentes da PRF em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte.
Após ser preso, Vasques foi levado para Brasília, onde ficará em cela da PF com cama de concreto e receberá três refeições ao dia.
*Informação da CNN BRASIL