As informações divulgadas nesta sexta-feira (11/8) sobre transações financeiras questionáveis envolvendo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, já haviam sido alvo de atenção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) desde o dia 8 de janeiro. Durante o depoimento do militar perante a comissão, que ocorreu exatamente um mês atrás, a relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), indicou que possuía algum conhecimento sobre essas atividades financeiras.
A senadora Gama inquiriu Cid repetidamente sobre o assunto, abordando até mesmo o uso de dinheiro em espécie. O militar ora negava, ora evitava responder, alegando que os questionamentos da senadora já se encontravam “dentro do escopo da investigação em que estou envolvido”. Cid foi amparado por habeas corpus para reter-se em silêncio.
Em um dos questionamentos, a relatora mencionou que a Polícia Federal havia encontrado no cofre de Cid uma quantia de 35 mil dólares (equivalente a R$ 171,1 mil) e R$ 16 mil em espécie.
“O senhor fez uma viagem aos Estados Unidos que a gente chama de bate e volta, o senhor foi aos Estados Unidos e voltou em apenas dois dias. Esse valor de 35 mil dólares em espécie, juntamente com esses R$ 16 mil em espécie, o senhor teria trazido dos Estados Unidos?”, perguntou a senadora.
Cid repetiu que o assunto já era alvo de investigação e que seguia orientações de seus advogados para permanecer em silêncio.