As eleições de 2026 prometem uma mudança de direção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em comparação com as de 2022, quando Alexandre de Moraes estava à frente. O ministro piauiense Kassio Nunes Marques deverá assumir a presidência do tribunal. O ministro é conhecido por sua habilidade em dialogar com o Congresso Nacional e sua defesa por uma menor intervenção do Judiciário em questões políticas.
Durante seu mandato, Kassio pretende adotar uma postura de menor interferência, tanto durante a campanha eleitoral quanto no período pós-eleitoral, buscando evitar disputas judiciais prolongadas após as eleições, que são frequentemente referidas como “terceiros turnos”. Ele está previsto para assumir a presidência em agosto de 2026, substituindo Alexandre de Moraes, e permanecerá no cargo até maio de 2027, quando será sucedido por André Mendonça.
Esta mudança de abordagem no TSE reflete a visão de Kassio de retirar o tribunal do centro das atenções políticas, em linha com as expectativas de alguns parlamentares e membros do Judiciário. Nos últimos anos, o relacionamento entre o Legislativo e o TSE, assim como com o Supremo Tribunal Federal (STF), tem sido tenso, devido ao que muitos veem como uma expansão das competências judiciais sobre prerrogativas legislativas.
Alexandre de Moraes, durante sua presidência no TSE a partir de 2022, centralizou poderes e adotou uma postura firme, especialmente ao combater desinformação e ataques ao sistema eleitoral, frequentemente liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Embora isso tenha contribuído para a estabilização das instituições durante um período crítico, também exacerbou as tensões entre os Poderes.
No entanto, a transição de liderança para Kassio Nunes Marques sinaliza uma potencial mudança de curso, com um foco renovado na preservação da vontade popular e na redução de conflitos institucionais. Sua trajetória, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região ao Supremo Tribunal Federal em 2020, reflete uma ascensão marcada por influência política variada, mantendo relações tanto com o governo Bolsonaro quanto com o governo Lula.
Com a aproximação das eleições de 2026, espera-se que Kassio mantenha uma abordagem mais discreta e menos intervencionista à frente do TSE, alinhando-se à sua visão de que a Justiça Eleitoral deve ser a “última voz” na validação da escolha democrática.