Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está no centro de duas investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Polícia Federal (PF). As investigações focam em seu suposto envolvimento com milícias digitais e uma estrutura clandestina conhecida como “Abin paralela”.
A “Abin paralela” teria funcionado como um esquema de monitoramento clandestino, supostamente montado durante o governo de Jair Bolsonaro. Este esquema teria utilizado recursos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para espionar autoridades públicas, adversários políticos e outras figuras de interesse, sem autorização judicial. A Polícia Federal está finalizando um relatório sobre essa operação e o encaminhará em breve ao ministro Alexandre de Moraes no STF. Um investigador da PF afirmou ter evidências sólidas que implicam Carlos Bolsonaro no esquema.
Além das alegações de espionagem, Carlos Bolsonaro também é acusado de operar milícias digitais — grupos organizados que utilizam a internet para espalhar desinformação e atacar adversários políticos. A PF identificou uma conexão entre a operação dessas milícias digitais e a “Abin paralela”, sugerindo que ambas as atividades podem estar interligadas. Segundo um investigador, “as coisas se conectam: Abin paralela e milícias digitais”.
Em janeiro, Carlos Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão, e a PF encontrou indícios de que ele utilizou ferramentas de geolocalização para espionagem ilegal. Caso essas suspeitas sejam confirmadas, ele poderá enfrentar múltiplas acusações criminais.