O ex-presidente Jair Bolsonaro quebrou o silêncio após a Polícia Federal (PF) apontar uma nova joia que teria sido negociada por emissários do ex-presidente nos Estados Unidos. Em declaração à coluna do Metrópoles, Bolsonaro afirmou não ter conhecimento sobre o referido item, que entrou na mira dos investigadores após a coleta de depoimentos em solo norte-americano. Ele antecipou um novo argumento que será utilizado por sua defesa na esfera judicial.
“Desconheço essa nova joia. Não sei nem o que é [o objeto]. Se houve algo nesse sentido [de negociação], sequer chegou ao meu conhecimento. Sobre essa questão de presentes recebidos, havia muitas pessoas. Algumas informações me chegavam muito depois. E, por vezes, nem chegavam até mim”, declarou Bolsonaro, referindo-se a membros de sua equipe.
Bolsonaro criticou a atuação da atual diretoria da Polícia Federal, acusando-a de tentar criar escândalos para prejudicá-lo. Ele comparou a situação com o caso anterior envolvendo um cavalo que inicialmente foi relatado como sendo de ouro e valendo milhões, mas que posteriormente foi descoberto ser de cobre e sem valor significativo.
“Agora, o que a atual diretoria da Polícia Federal está fazendo para tentar fabricar ‘escândalo’ nas minhas costas tá de brincadeira. Disseram que tinham encontrado um cavalo de ouro que valia milhões. Manchete em todos os jornais. Aí, depois, descobriram que o cavalo era de cobre e não valia nada. Para me atingir, usam a estrutura da PF para investigar até baleia”, criticou o ex-presidente.
Ele também questionou a prioridade dada pela Polícia Federal em suas investigações, mencionando o caso do atentado a faca que sofreu em Juiz de Fora em 2018.
“Se a Polícia Federal tivesse empenhado 10% desse esforço no caso Adélio, teria descoberto o mandante, quem queria a minha morte. Teve uma pessoa que tentou entrar na Câmara com o nome do Adélio, para forjar um álibi. Adélio foi ao clube de tiro que Carlos Bolsonaro frequentava em Santa Catarina. Quem passou essa informação a ele?”, questionou Bolsonaro.
A declaração do ex-presidente ocorreu em meio a novos desdobramentos nas investigações envolvendo presentes e negociações internacionais que têm sido alvo de escrutínio por parte das autoridades.