O Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) revelou nove irregularidades na gestão da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, entre os anos de 2023 e 2024, incluindo o desaparecimento de R$ 17 milhões provenientes de emendas parlamentares. O relatório da auditoria foi apresentado em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (2), atendendo a uma solicitação da Câmara Municipal de Teresina.
As investigações constataram que a FMS apresenta deficiências significativas em sua gestão financeira e contábil. Entre os problemas identificados, destacam-se a ausência de um planejamento adequado para aquisição de insumos, falhas na contabilidade que dificultam o rastreamento dos recursos e o não cumprimento da ordem cronológica de pagamento aos fornecedores.
A auditoria, conduzida pela chefe Geysa Elane de Sá e sua equipe, aponta que a desorganização financeira da FMS resultou em situações onde alguns hospitais da capital receberam medicamentos, enquanto outros não foram abastecidos, demonstrando uma falta de planejamento e controle efetivo dos recursos.
Um dos aspectos mais alarmantes do relatório é a incapacidade de rastrear a destinação de recursos provenientes de emendas parlamentares, totalizando mais de R$ 17 milhões. Além disso, valores repassados pela Secretaria do Tesouro Nacional para o custeio do Sistema Único de Saúde (SUS) e outros repasses federais também não foram devidamente identificados.
O presidente do TCE, Kennedy Barros, ressaltou que os achados da auditoria serão levados em consideração no julgamento das contas do município, embora não tenham sido definidos responsáveis específicos. Uma série de medidas foram acordadas entre o TCE e a FMS para corrigir as irregularidades, incluindo o aprimoramento dos controles internos e o estabelecimento de novos procedimentos.