O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa o processo de desfiliação solicitado por seis deputados federais do União Brasil (UB) eleitos pelo Rio de Janeiro. Um deles é o da ministra do Turismo, Daniela Carneiro — que é parlamentar licenciada. Mas, por trás do pedido dos parlamentares, há uma disputa pelo controle do diretório fluminense da sigla e por cargos de órgãos do segundo escalão no estado.
A briga envolve o presidente e o vice-presidente do UB, Luciano Bivar e Antônio Rueda, e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro. De acordo com fontes do partido, os dois dirigentes do diretório nacional tentam impedir o aumento da influência do marido da ministra (que é do Republicanos) na máquina do governo fluminense, com o apoio do governador Cláudio Castro (PL) e do seu vice, Thiago Pampolha (UB). Um dos postos em disputa é o comando do Detran do Rio de Janeiro — que tem uma grande arrecadação.
Fontes da legenda também acusam Bivar e Rueda de serem arbitrários nas tomadas de decisão, o que vem agravando a insatisfação dentro do partido desde antes das eleições de 2022. Acusam de terem sido os dois os responsáveis pelas escolhas dos membros da comissão provisória municipal, desconsiderando as indicações de pessoas de dentro da legenda próximas a Waguinho.
O jogo para limitar a influência do marido da ministra do Turismo teria sido pesado. Segundo essas mesmas fontes do UB, a direção nacional se valeu de ações como o bloqueio de senhas para acesso ao sistema das convenções.
“A situação já estava ruim e reflete um nível de insatisfação da base com o presidente do União (Bivar) e com a cúpula partidária. Falta democracia interna e representatividade. Não há diálogo em cima daquilo que o presidente decide. É tão esquisito que a ministra que foi escolhida também pelo Bivar está pedindo para sair (da legenda)”, argumenta um deputado, sob condição de anonimato.