A Polícia Federal está conduzindo uma investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros indivíduos por seu suposto papel nos eventos ocorridos em 8 de janeiro em Brasília. Segundo informações, o inquérito está próximo de ser concluído até agosto e visa indiciar Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto, além de generais, em relação a uma série de acontecimentos que culminaram na discussão de uma minuta de decreto de estado de defesa. Esta minuta teria sido discutida por Bolsonaro com assessores e enviada a generais e comandantes das Forças Armadas, supostamente como parte de uma estratégia para legitimar a adoção de medidas extremas.
Os diálogos interceptados pela investigação revelam tensões significativas entre Bolsonaro e o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que teria manifestado resistência à adesão às propostas golpistas. Além disso, registros de conversas envolvendo o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, indicam discussões sobre estratégias para manter Bolsonaro no poder.
Atualmente, não há planos imediatos de pedidos de prisão para os envolvidos, a menos que se verifique algum desrespeito legal, como coação de testemunhas durante o curso da investigação. O relatório final da Polícia Federal também está previsto para conectar essas investigações com outras atividades suspeitas, como a compra de joias no exterior e possíveis fraudes relacionadas a cartões de vacinação atribuídos ao ex-presidente e membros de sua família.
Em fevereiro deste ano, tanto Bolsonaro quanto Braga Netto e Heleno optaram por permanecer em silêncio durante seus depoimentos à Polícia Federal, enquanto Bolsonaro criticou publicamente a investigação, argumentando que a minuta do decreto de estado de defesa era uma medida legítima dentro dos limites constitucionais, apesar das acusações.