Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina realizarão, nesta terça-feira (5), uma paralisação. Em assembleia ocorrida na semana passada, os trabalhadores decidiram iniciar uma série de protestos reivindicando melhoria salarial e uma nova convenção coletiva de trabalho.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Ajuri Dias, disse ao Cidadeverde.com que a manifestação também é “por dignidade”. Segundo dados da entidade, cerca de 70% dos trabalhadores do setor foram demitidos desde o início desta grave crise no sistema de transporte público, que se arrasta há pelo menos nove meses.
“É uma manifestação por questão salarial. Parte dos trabalhadores estão recebendo apenas diárias, apesar de sermos mensalistas. Também queremos resolver a questão da convenção coletiva de trabalho. Estamos há dois anos sem convenção. É por uma questão também de dignidade. Não aguentamos mais”, desabafa Ajuri Dias. O sindicato afirma que o valor da diária para motorista varia entre R$50 a R$70 e cobrador R$30 a R$40.
Ainda de acordo com o presidente do Sindicato, a paralisação será na parte da manhã e, inicialmente, acontecerá por duas a três horas. Os trabalhadores afirmam, ainda, que se as negociações não avançarem, existe a possibilidade de uma greve ser deflagrada.
“Pedimos a compreensão da sociedade, mas precisamos fazer essas ações para ver esta situação é resolvida”, acrescenta o presidente do Sintetro.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) se manifestou sobre a paralisação por meio de nota:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) reitera que o sistema de transporte em todo o país vem enfrentando grandes dificuldades desde o início da pandemia de Covid-19 e em Teresina as empresas do setor não têm conseguido manter suas obrigações trabalhistas, devido às dificuldades financeiras e queda de arrecadação das empresas no sistema.
O Setut informa ainda que o sistema não tem se sustentado com o arrecadado, e que a falta de aporte financeiro pela Prefeitura de Teresina, conforme firmado legalmente em contrato, tem provocado fortes impactos no setor e desequilíbrio para funcionamento do transporte público. Mantém-se em diálogos com o Ente Municipal, buscando soluções, e esclarecendo que com o fim da medida provisória que subsidiava as folhas de pagamento, mais difícil ainda se encontra a situação atual.