O medicamento oral molnupiravir vai começar a ser testado em fase 3 no Brasil. Dados iniciais obtidos em estudos internacionais apontaram uma eficácia de 50% de redução de risco de hospitalização e morte pela covid-19 após o uso do remédio. A substância tem por objetivo atuar para que o vírus não se multiplique no corpo, evitando o agravamento dos quadros de pessoas infectadas.
A avaliação de uso do molnupiravir se dará por meio de profilaxia pós-exposição (PEP), ou seja, quando indivíduos estão expostos ao vírus porque moram com alguém infectado comprovadamente, por exemplo, e tenham algum sintoma de covid-19. Os testes vão ocorrer de modo duplo-cego, isto é, sem que o pesquisador e o paciente saibam se receberam o medicamento ou placebo.
Por se tratar de um estudo multicêntrico, ou seja, em diversas instituições do País, a fim de ter uma abrangência representativa da população, a pesquisa será feita em centros de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, com os dois últimos sob responsabilidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os estudos para saber a eficiência do medicamento começam na próxima semana e vão durar seis meses.
O ensaio vai envolver 1.300 participantes, a partir de 18 anos, que vão receber molnupiravir ou placebo, por via oral, a cada 12 horas por cinco dias. Os voluntários não foram vacinados ou receberam apenas uma dose. Devem morar com uma pessoa infectada e apresentar ao menos um sintoma de covid-19, como febre, tosse, ou perda do paladar ou do olfato.
Outros países também estão dentro da pesquisa, como Argentina, Colômbia, França, Guatemala, Hungria, Japão, México, Peru, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Espanha, Turquia, Ucrânia, Estados Unidos, além do Brasil.