O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vê o protesto realizado na Avenida Paulista neste sábado (7) como uma manobra para intimidar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e promover a pauta de anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro, em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com assessores de Lula, o ato foi considerado mais um fracasso do que um sucesso, não pela quantidade de participantes, mas pela falta de substância nas reivindicações. Esse ponto de vista foi discutido durante um almoço no Palácio da Alvorada, após o desfile de 7 de Setembro.
O evento, que contou com a presença de Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, focou na crítica ao bloqueio de contas no X e na promoção de anistia para os condenados por atos antidemocráticos. Em contraste, Lula usou o desfile para evidenciar a importância de pautas como a participação no G20 e a recuperação do Rio Grande do Sul, além de reafirmar a harmonia entre o governo e outros Poderes.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e líderes de outros Poderes assistiram ao desfile, destacando a prioridade dada por Lula a temas relevantes. A manifestação na Paulista, segundo o governo, estava mais voltada para os interesses pessoais de Bolsonaro, com a proposta de anistia atualmente em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pela aliada de Bolsonaro, Caroline de Toni.
Além disso, a crítica a Moraes é interpretada como uma tentativa de Bolsonaro de pressionar o ministro e complicar os processos que enfrenta no STF, elevando o custo político de decisões futuras.