Um comunicado emitido pelas Forças de Defesa de Israel instou os cidadãos da Cidade de Gaza a evacuarem suas casas em direção ao sul por motivos de segurança e se dirigirem à região sul de Wadi Gaza, conforme indicado em um mapa. O comunicado, que foi transmitido por via aérea no norte da Faixa de Gaza, também menciona a movimentação de forças militares na fronteira sul de Israel com o norte de Gaza, levantando preocupações sobre a possibilidade de uma invasão terrestre israelense.
O prazo dado pelo governo de Israel para a evacuação expira às 18h, no horário de Brasília.
A decisão do governo israelense de emitir esse ultimato gerou forte crítica, com Philippe Lazzarini, Comissário Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), classificando-a como “horrenda”. Isso porque essa ordem implica no deslocamento de mais de 1 milhão de civis do norte de Gaza para o sul, levando Gaza a uma crise humanitária grave.
A ordem das forças israelenses de mover mais de um milhão de civis que vivem no norte de Gaza em apenas 24 horas é horrível”, afirmou Lazzarini em um comunicado. “A escalada e a velocidade da crise humanitária que está se desenrolando são de arrepiar. Gaza está rapidamente se tornando um inferno e está à beira do colapso.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também expressou sua oposição à ordem israelense e pediu que o país reconsidere a decisão de evacuar o norte de Gaza em um período tão curto. A OMS alertou que remover pacientes internados nos hospitais de Gaza equivale a uma “sentença de morte”.
Há pacientes gravemente doentes que só podem sobreviver com o uso de equipamentos de suporte vital, como ventiladores mecânicos”, explicou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS. “Mover essas pessoas é condená-las à morte. Pedir aos profissionais de saúde que façam isso é extremamente cruel.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que os hospitais em Gaza estão à beira do colapso e também apelou para que Israel reconsidere sua ordem.