O mês de fevereiro terminou com um acumulado de chuvas de 62,5% acima da média histórica para Teresina. Foram 384,2 mm de chuva, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão era de 239,1mm de precipitação.
Somente na noite deste sábado(27), o Inmet registrou uma média de 49,2 mm de chuva na capital piauiense.
O professor de Climatologia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Werton Costa, afirma que dependendo do comportamento do oceano Atlântico, as chuvas no mês de março poderão ser iguais ou maiores que as registradas em fevereiro, mas também podem ser mais localizadas, porém também intensas.
Ele mostra um mapa feito por três instituições: Inmet, Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) em que a região Norte do Piauí, o estado do Ceará e parte do Rio Grande do Norte, está em destaque porque há dúvidas sobre o nível de assertividade da situação climatológica.
“Essa dúvida tem razão de existir pelo fato de que o oceano Atlântico continua oscilante na condição térmica. Enquanto o Atlântico não desenvolve um pleno aquecimento, essa condição de chuva acima da média permanece uma incógnita. Pela presente previsão climatológica, que é a junção de todos os modelos de previsão dos principais órgãos de monitoramento, nós poderemos ter mais de 60% de anomalia positiva, o que seria um quadro igual ou superior ao que nós temos hoje em fevereiro, ou seja, muita chuva para a capital, para o Médio Parnaíba, Vale do Longá e para o litoral. Porém se o Atlântico permanecer frio, há uma tendência de desvio desse quantitativo de chuva. Isso faz com que as chuvas diminuam no total, porém possibilita a ocorrência de situações extremas de chuvas mais intensas, só que localizadas”, afirma o professor de Climatologia.
Werton Costa ressalta que a média de chuva alta é preocupante, se se manter, já que necessitará de ações emergenciais e preventivas das Defesas Civis municipais e Estadual. Ele também enfatiza que o outro cenário, de chuvas mais localizadas, porém intensas, também requer atenção.
“Os dois cenários são muito preocupantes a partir deste mês de março”, finalizou.