O general Marco Antônio Freire Gomes, que foi comandante do Exército no fim do governo de Jair Bolsonaro, depôs na Polícia Federal (PF), durante sete horas, na condição de testemunha. Isso representa que, nessa condição, ele está obrigado a falar a verdade , em caso contrário, pode responder a uma ação judicial por perjúrio.
Freire Gomes foi ouvido no processo que investiga a tentativa do grupo de Jair Bolsonaro de dar um golpe de Estado, em 2022. O militar teria se recusado a apoiar a iniciativa de confrontar a democracia para manter o ex-presidente no poder.
A resistência à tentativa de quartelada irritou o general Walter Braga Netto, então vice na chapa de Bolsonaro, a chamá-lo “cagão”, em dezembro de 2022, segundo mensagens obtidas pela PF. Freire Gomes, por outro lado, teria se reunido com Bolsonaro para discutirem sobre a minuta do golpe, que seria um decreto de estado de sítio.
O militar esteve presente à reunião de 5 de julho de 2022, no Palácio do Planalto, na qual Bolsonaro discutiu a possibilidade de um golpe para evitar a vitória de Lula. Freire Gomes se sentou na mesa principal onde estavam ministros e outros principais auxiliares de Bolsonaro.
No dia seguinte, ele compareceu à audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, na Câmara, ao lado dos outros dois comandantes de forças , Aeronáutica e Marinha e do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e omitiram a realização da reunião e seu conteúdo. Nessa sessão, Nogueira e o almirante Almir Garnier criticaram a suposta fragilidade as urnas eletrônicas, mas Freire Gomes calou-se sobre o assunto.
No depoimento à PF, era aguardada, também, uma explicação do general sobre a tolerância com o acampamento em frente do Quartel-General do Exército, em Brasília. Como comandante da força, ele impediu a desmobilização do local e a retirada dos apoiadores de Bolsonaro, no fim de 2022.
Com informações do Correio Braziliense