O empresário João Paulo Carvalho, suspeito de participar do duplo homicídio dos adolescentes Luian Ribeiro e Anael Natan, em novembro do ano passado, foi preso por volta das 9 h desta terça-feira (08) e levado à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). João Paulo não havia sido localizado mais cedo pelas equipes responsáveis por cumprir os mandados de prisão. Ele foi encontrado na casa da namorada, na zona Leste da capital, após uma negociação intermediada pelo advogado Lúcio Tadeu, que representa os envolvidos no caso.
Além do empresário, as equipes também já cumpriram na manhã de hoje mandados de prisão contra Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho Sousa, tio e primo de João Paulo, também suspeitos de participação no crime.
Após o cumprimento do terceiro mandado de prisão, o advogado Lúcio Tadeu, que representa a família, informou que agora vai esperar os elementos do inquérito.
“Eu vou esperar o delegado apresentar os elementos do inquérito. Houve uma apresentação espontânea agora do João Paulo. Ele estava na casa da namorada, ele não estava foragido. Ele que procurou a polícia para se apresentar”, disse Lúcio Tadeu.
O advogado da defesa reforçou ainda que só João Paulo e seu primo, Guilherme de Carvalho participaram do crime, excluindo a participação do advogado Francisco da Chagas, dono do sítio onde os adolescentes foram flagrados.
“Quem participou disso foi só o João Paulo e Guilherme, ninguém mais, o Doutor Francisco não teve participação nenhuma. Se ele assumiu no primeiro momento foi porque ele tem 70 anos, está doente, doença grave e ele ficou com medo e de certa forma quis proteger o filho e o afilhado”, explicou o advogado.
Segundo o delegado Francisco Baretta, coordenador do DHPP, os três envolvidos deverão responder por diversos crimes, entre eles duplo homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
“A gente não tem dúvida que todos os três concorreram para a prática do crime, ou seja, nós temos um duplo homicídio, triplamente qualificado, um cárcere privado, ocultação de cadáver e fraude processual, um verdadeiro rosário de crime”, ressalta o delegado.
Sobre a dinâmica do homicídio, o coordenador-geral do DHPP relatou que os adolescentes foram torturados, espancados e depois mortos após serem flagrados no sítio do advogado Francisco das Chagas, tentando adentrar em uma festa no sítio do lado. No carro do empresário João Paulo, também foram encontradas manchas de sangue.
“Segundo consta, que foi apurado até aqui é que os rapazes chegaram nesse sítio, onde tinha uma festa, e eles não tinham o dinheiro suficiente para adentrar na festa e eles acessaram a parte baixa do muro para adentrar na casa e onde foi justamente a casa vizinha, onde mora o Francisco, e eles foram surpreendidos, dominados e o desfecho final foi a morte. Lá eles foram torturados, espancados, foi comprovado manchas de sangue no veículo do João Paulo e segundo o laudo eles foram mortos de joelho com um tiro na nuca”, acrescenta.