A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve, devido a recessos, um cronograma de trabalho mais apertado. Devido a isso, a Comissão deixará de ouvir 11 pessoas convocadas para prestar esclarecimentos sobre supostas invasões e financiamentos de atos do MST.
O recesso parlamentar no meio do ano e o feriado de 7 de Setembro, fizeram alteração no cronograma. Algumas pessoas deixarão de serem ouvidas, dentre elas, estão dois gestores do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral): o diretor-presidente Jaime Messias Silva e o gerente-executivo José Rodrigo Marques Quaresma.
As 11 pessoas seriam ouvidas pela CPI na última segunda-feira (4), entretanto o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os depoimentos, levando o cancelamento da sessão da CPI prevista para o dia.
A oposição tinha objetivo de que a oitiva desses servidores trouxesse informações para fechar o cerco ao governo e aprovar a convocação do ex-governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), o que não aconteceu.
Segundo uma tratativa feita pela CPI em Alagoas, no mês passado, foi constatado que o governo estadual, quando Renan Filho era governador, financiou atos do MST através do Iteral.
Outro fato que desagradou as tentativas da oposição foi uma manobra do governo para esvaziar a comissão e anular a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, aprovada pelo colegiado.
O presidente da CPI, Zucco (Republicanos-RS) apesar das derrotas, o colegiado conseguiu “avançar bem” disse em entrevista à CNN e que várias denúncias chegaram a cúpula do CPI ao longo do trabalho.
Após o período de oitivas, o relator da comissão, deputado Ricardo Salles (PL-SP), elaborará o parecer final que, segundo o parlamentar conversado com seus aliados, pedirá o indiciamento de lideranças de movimentos sociais do campo.
O relatório tem data final para o dia 13 de setembro, a tempo dos membros da CPI votarem o documento até o dia seguinte, quando se encerrará o prazo de funcionamento do colegiado.
Não existe previsão de novas reuniões da comissão, apenas a sessão para leitura e votação do relatório final, marcada por Salles quando finalizar o parecer.
Em oposição, os deputados governistas pretendem apresentar um relatório paralelo, sem a recomendação de punições, segundo a apuração da CNN.
O parecer deve incluir supostos abusos cometidos por Salles e Zucco na condução da CPI e citações de invasões de terras indígenas e pedidos de urgência na tramitação de projetos que já tramitam na Câmara sobre a reforma agrária.
Para reportagem, Zucco disse que Salles irá apresentar o seu relatório final tendo ou não chance de o parecer ser aprovado pelo colegiado e que o documento elaborado pela oposição “não assusta”.
Com informações da CNN