Durante sua participação virtual em um painel da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Brasil enfrenta uma escassez hídrica “com planejamento, seriedade e transparência”.
A declaração de Bolsonaro foi gravada e exibida em um painel sobre energia que contou também com as participações dos presidente da Colômbia, Ivan Duque, da Polônia, Andrzej Duda, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Brasil vive a pior crise hídrica em 91 anos. As principais bacias hidrográficas que abastecem o país estão secando em razão do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.
Especialistas criticaram a demora do governo federal em adotar medidas. No fim de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação da “bandeira de escassez hídrica”. O novo valor será de R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos e vai durar até 30 de abril de 2022.
A crise hídrica brasileira tem se agravado, e os níveis dos reservatórios apresentam volume útil cada vez mais baixo, o que leva o governo se preocupar com a capacidade de manter a geração no patamar necessário.
Ao todo, barragens de 16 usinas estão com menos de 20% do volume total. Isso significa que 41% dos 39 reservatórios encontram-se com o armazenamento de água abaixo de um quinto da capacidade. Os dados foram analisados pela reportagem do Metrópoles com base na medição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O baixo nível das barragens pode levar a uma situação de estresse elétrico e, até mesmo, a apagões. O ONS registrou a segunda usina com 0% da capacidade do volume útil, a represa de Três Irmãos, localizada no município de Pereira Barreto, no interior do estado de São Paulo.
Apesar da situação crítica, o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nessa quinta-feira (23/9) que o sistema elétrico terá condições de atender a demanda até o fim do ano sem necessidade de racionamento compulsório de energia.