Em um áudio divulgado pelo ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro é ouvido sugerindo falar com o secretário da Receita Federal, José Tostes, e o ex-chefe do Serpro Gustavo Canuto sobre o caso das rachadinhas envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro, senador pelo PL-RJ.
Na conversa com o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, além do ex-ministro e chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, Bolsonaro destaca a necessidade de abordar o chefe da Receita.
“É o caso de conversar com o chefe da Receita”, afirmou ele, enfatizando a importância do assunto.
Em seguida, Luciana Pires fez uma observação técnica: “Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá”, alertando que qualquer acesso às informações poderia ser rastreado e registrado no sistema.
Augusto Heleno reforçou a importância da segurança na gestão dessas informações. “Tentar alertar ele que ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar de gente de confiança dele. Se vazar [inaudível]”, aconselhou Heleno, destacando os riscos associados a um possível vazamento de dados.
Em busca de soluções, Bolsonaro questionou seus advogados sobre os interesses envolvidos na resolução do problema. “A quem interessa pra gente resolver esse assunto?”, perguntou.
A conversa também mencionou Canuto, provavelmente Gustavo Canuto, ex-ministro de Bolsonaro que foi transferido para a Dataprev, outra estatal de processamento de dados.