De acordo com um laudo divulgado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, funcionários do gabinete de Carlos Bolsonaro, vereador pelo partido Republicanos, realizaram repasses no valor de R$ 2 milhões para o chefe de gabinete do político. As transferências ocorreram ao longo de uma década, entre 2009 e 2018, e aumentam as suspeitas de que a prática de “rachadinha” – em que servidores devolvem parte do salário ao parlamentar – também ocorria no gabinete de Carlos, em um modelo semelhante ao investigado na antiga equipe do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa.
A investigação em andamento visa averiguar se os valores repassados para o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Fernandes, foram destinados ao vereador, seja em espécie ou através do pagamento de suas contas pessoais. Segundo informações preliminares, Fernandes teria realizado o pagamento de algumas faturas do político.
Os repasses, noticiados pelo jornal O Globo e confirmados pela Folha de São Paulo nesta quinta-feira (4), foram identificados a partir da quebra do sigilo bancário de 25 servidores e ex-servidores de Carlos na Câmara Municipal, além de cinco empresas. A defesa do vereador afirma que ele está “totalmente à disposição” para esclarecer quaisquer questões e fornecer informações ao Ministério Público. Vale ressaltar que a investigação ainda está em andamento e não houve conclusão oficial sobre o assunto até o momento.
“É preciso apurar se ocorreu, mais uma vez, o lamentável vazamento de possíveis documentos e informações que estão sob sigilo determinado pelo Poder Judiciário. Aparentemente, a matéria divulga, de forma seletiva, algumas informações sigilosas com o nítido intuito de promover ataques ao vereador”, diz o advogado Antônio Carlos Fonseca em nota.
De acordo com o Ministério Público, há indícios de que o vereador tenha utilizado dinheiro em espécie em transações imobiliárias, incluindo a compra de um imóvel no valor de R$ 150 mil. E também de ter quitado uma dívida de R$ 15,5 mil com uma corretora de valores também com recursos em dinheiro vivo.
Com informações da Folha*