A Petrobras comunicou na noite desta segunda-feira (25), que indagou o governo federal, seu acionista controlador, por meio do Ministério da Economia, sobre a existência ou não de estudos sobre possível venda de ações da companhia ou de qualquer outro fato relevante que deva ser divulgado ao mercado.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que já chegou a colocar a equipe econômica para estudar o assunto, mas destacou as dificuldades em lidar com o tema: “Não é colocar na prateleira e quem dá mais leva embora.”
Na avaliação de Bolsonaro, privatizar a empresa não dá a garantia de que ela vai crescer. De acordo com o presidente, tirar o monopólio do combustível do Estado abre a possibilidade de os problemas com os combustíveis ficarem na mesma coisa “ou talvez pior”.
O tema também foi abordado em evento hoje pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que defendeu a privatização da estatal, como uma forma de extrair mais rápido o petróleo e gás natural brasileiros.
“Se estamos com crise hídrica e tivemos escândalo de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio no setor elétrico e no setor de petróleo. E, se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo inteiro migra para hidrogênio e energia nuclear, abandonando o combustível fóssil. A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E deixamos o petróleo lá embaixo com uma placa de monopólio estatal em cima”, ironizou o ministro.
Ele destacou que as ações da Petrobras subiram 6% após Bolsonaro dizer que iria estudar meios para privatizar a empresa. “Em mais duas ou três semanas, são R$ 15 bilhões criados. Isso não existia, não é tirar do povo”, completou.
As falas vêm na esteira de um novo aumento nos preços dos combustíveis. Hoje, a Petrobrás anunciou um reajuste de 9,2% no preço do óleo diesel e de 7% no da gasolina a partir desta terça. O preço médio de venda da gasolina A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro. Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro.