Maurício Verdejo Gonçalves Junior, promotor da 6ª Promotoria de Picos, foi o alvo da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (07/08) em Teresina. Ele é acusado de exigir R$ 3 milhões para encerrar uma investigação contra um empresário no Piauí. A operação, em parceria com a Procuradoria-Geral de Justiça do Piauí (PGJ/MPPI), resultou na apreensão de R$ 900 mil em espécie na casa do promotor.
A denúncia foi feita pela vítima, que relatou ter sido abordada por Maurício Verdejo em um restaurante, onde foi pressionada a pagar a quantia para encerrar as investigações. A Polícia Federal, após confirmar as denúncias, realizou diligências que comprovaram o recebimento de parte do dinheiro. Com as evidências, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu um mandado de busca e apreensão na residência do promotor.
Maurício Verdejo poderá responder pelo crime de concussão, que envolve a exigência de vantagem indevida em razão de sua função pública.
A operação foi chamada de Iscariotes, em referência a Judas Iscariotes, simbolizando a traição da confiança pública pelo promotor.
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) emitiu uma nota sobre a prisão do promotor:
“O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da prisão de um Promotor de Justiça, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 07 de agosto.
A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar um inquérito. A prisão se deu após diversas diligências realizadas.
O Ministério Público reafirma seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na Administração Pública e o combate ao crime e à corrupção, trabalhando de forma imparcial pela promoção da Justiça.
O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.
O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.
O nome do promotor não foi divulgado em veículos oficiais, neste primeiro momento, porque o processo está em segredo de justiça.”