No Roda Viva, humorista também argumentou que o atentado ao Porta dos Fundos, no ano passado, não teria ocorrido em outra gestão.
Por Redação Folha Expressa | Publicado em 23/12/2020 às 08h44
Convidado para uma entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o humorista Fábio Porchat falou sobre o momento difícil para o humor no Brasil e teceu críticas às atitudes do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) frente a pandemia do novo coronavírus, que causa a Covid-19.
Para o ator, o líder do Planalto tenta, a todo momento, manipular a opinião das massas e se apropria do fato de que a população está vulnerável.
“Quando vem uma mente diabólica do mal para controlar essas pessoas, ele consegue pegar essa massa de manobra que é a nossa população, que sou eu, que é você, com a maioria de uma população pouco instruída. Então as pessoas estão muito carentes, elas precisam de qualquer coisa. E se qualquer coisa for a vacina que vai transformar em jacaré, então tá bom”, argumentou ele ao relembrar a afirmação recente do presidente Bolsonaro sobre efeitos da vacina contra a Covid-19.
Ainda criticando o líder do Executivo, Porchat afirmou que para atingir Bolsonaro é necessário “nivelar o debate por baixo”. “Quando a gente fala assim: ah, o presidente é genocida. O que é genocida? Ninguém sabe o que é genocida, o que é fascista, ninguém sabe o que é um nazista.”
E diz ter a teoria de que as pessoas não têm que chamar o presidente de genocida, porque isto não o atinge, nem aos seus apoiadores. “Não tem mais que chamar o Bolsonaro de genocida, tem que chamar: o Bolsonaro tem pau fino. Porque daí chega nele, é o que ele entende. Ele nivela o debate por baixo”, brincou.
“Milicianos da fé”
Ao falar sobre o atentado ao Porta dos Fundos, ocorrido no ano passado, Porchat disse que um crime do tipo não teria ocorrido em outro governo. “Em outros anos já havíamos feito [o especial de Natal], e nunca aconteceu. Mudou o governo, entrou essa gente louca, que se diz religiosos e não são.”
E afirmou que o ato foi provocado por “milicianos da fé. “O que ficou claro é que foi um ato isolado de fundamentalistas, milicianos da fé, guardiões de prefeitos, incentivados e apoiados por um governo que gosta de agredir.”
*Com informações da Metrópoles