O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião para quinta-feira (6/6) com os reitores das universidades federais e dos institutos federais (IFs). O encontro tem como objetivo buscar um acordo para encerrar a greve dos docentes, que completa 50 dias nesta terça-feira (4/6).
Na segunda-feira (3/6), o governo se reuniu com entidades representativas da classe, mas deixou claro que não haverá reajuste salarial para nenhuma categoria neste ano. Após as discussões sobre a contraproposta das entidades que não assinaram o acordo, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o Ministério da Educação (MEC) afirmaram que não há espaço orçamentário para novas negociações.
As entidades decidiram manter a greve até que todas as demandas sejam atendidas. O governo, por meio do MGI, se comprometeu a continuar as discussões, mas não definiu uma nova data para o encontro.
De acordo com levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), 58 universidades federais, três institutos federais e dois centros federais de educação tecnológica (Cefets) estão em greve. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) informou que 580 dos 660 campi estão paralisados.
Na última semana, o governo federal assinou um acordo de reajuste salarial com professores de universidades e IFs apenas com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), deixando de fora outras entidades, como o Andes-SN.
Entretanto, essa medida foi suspensa pela 3ª Vara Federal de Sergipe, sob o argumento de que os professores que não se sentem representados pela Proifes serão prejudicados pelo acordo firmado entre ela e o governo Lula.
O acordo prevê reajuste salarial em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, além de reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. O impacto fiscal será de R$ 6,2 bilhões em dois anos.
A proposta de reajuste salarial feita pelos servidores ao governo Lula inclui aumento de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. No entanto, o MGI afirma não ter espaço no orçamento para conceder o aumento neste ano e propõe dois reajustes: 9% em 2025 e 3,5% em 2026.