Por Redação Folha Expressa | Publicado em 05/11/2020 às 18H22
Diversos foram os impactos provocados à indústria brasileira neste ano. Os efeitos não foram sentidos apenas na empregabilidade, como também no sistema de preços da economia, níveis de produção industrial e déficit em adquirir insumos. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que 68% das empresas estão com dificuldade de obter insumos ou matérias-primas no mercado doméstico e 56% em adquirir insumos ou matérias-primas importados.
Antes da pandemia a economia brasileira já vinha em retração há alguns anos e a indústria piauiense crescendo em ritmo menor que o setor primário e serviços, num processo conhecido como desindustrialização. O economista e consultor do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI) Márcio Braz informa que estamos vivenciando um processo de reestruturação da economia e atuando com níveis baixos de estoque.
“Temos um problema sério porque todas as empresas estão com nível de estoque baixo e precisamos resolver essa situação de forma urgente. A indústria de lacticínios do Piauí, por exemplo, está sendo atingida porque o estoque da indústria de embalagens zerou. Então a empresa que entregava a embalagem no prazo de 45 dias está entregando hoje com 90. Este é um dos problemas que estão contribuindo para que a recuperação seja lenta, mas devido à paralisação provocada pela pandemia do Covid-19, não poderia ser diferente”, explica.
A paralisação fez com que atualmente a grande maioria das empresas opere com estoques abaixo dos desejados. Segundo a pesquisa da CNI, na avaliação da maior parte da indústria, as dificuldades do mercado de insumos e matérias-primas não irão se resolver ainda em 2020.
Márcio Braz acredita que o modelo atual será modernizado. “Estamos passando por uma fase de reestruturação da economia. A economia não vai ter o mesmo modelo que tinha antes da pandemia. Se adequar, modernizar o máximo sua estrutura de comercialização para adaptação das vendas à distância, um monitoramento muito rígido em cima do capital de giro e um controle muito rigoroso da estrutura de custos de um modo geral. Por outro lado, eu entendo que dado o nível baixo da utilização da capacidade instalada o acesso ao capital de giro poderia ser mais facilitado”, disse o economista do Centro das Indústrias.