Recentemente sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova lei para a modernização do parque industrial brasileiro, conhecida como lei para depreciação acelerada, tem o potencial de impulsionar investimentos no valor de R$ 20 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
A diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, ressaltou que essa demanda do setor industrial é antiga e que a nova lei traz benefícios significativos para as empresas, proporcionando competitividade e garantindo fluxo de caixa para os investimentos. A depreciação acelerada permite que as empresas deduzam o valor de máquinas e equipamentos adquiridos em suas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Anteriormente, o abatimento desse valor era gradual, ao longo de até 25 anos. Com a nova lei, as máquinas adquiridas até 2025 poderão ter o valor abatido em apenas duas etapas: 50% no ano de instalação ou entrada em operação e 50% no ano seguinte.
Embora a Abimaq tenha expressado satisfação com a medida, destacou que o valor inicialmente destinado, de R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros, poderia ser maior, considerando a necessidade de investimentos no país. Aguardam agora a regulamentação do governo para entender quais setores serão mais beneficiados.
No entanto, as recentes enchentes no Rio Grande do Sul devem ter um impacto negativo nas vendas do setor, com uma estimativa de até 5% de queda nas vendas nacionais e até 50% de recuo nas vendas locais, de acordo com a Abimaq. A situação afetou cerca de 140 mil agricultores na região leste do estado.
O setor de máquinas e equipamentos já vem enfrentando desafios, com uma queda de 20,1% nas vendas em abril em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até abril, o montante está 21,2% abaixo do mesmo período de 2023. Essa queda é atribuída à seca que atingiu parte do país no início do ano, altas taxas de juros e a redução nos preços das commodities. A Abimaq agora projeta uma queda de 7% nas receitas do setor para o fechamento do ano, uma revisão significativa em relação à estimativa anterior de alta de 0,6%.