Em julho, o endividamento das famílias brasileiras caiu ligeiramente para 78,5%, uma redução de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar da queda, o índice ainda é superior ao registrado no início do ano e no mesmo período do ano passado.
O estudo, que abrange 18 mil famílias em todo o país, revela que o endividamento é mais pronunciado entre os grupos com menor renda. Entre as famílias com renda de até três salários mínimos, 81% estão endividadas. A taxa diminui conforme a renda aumenta, com o índice caindo para 69,8% entre aquelas com renda superior a dez salários mínimos.
O percentual de famílias com dívidas em atraso permaneceu estável em 28,8%, enquanto a proporção de famílias que não conseguem pagar suas dívidas caiu para 11,9%. A principal forma de endividamento continua sendo o cartão de crédito, utilizado por 86% dos devedores.
No Rio Grande do Sul, o endividamento atingiu 91,2%, uma das taxas mais altas registradas, impulsionada pelos impactos das enchentes recentes. A região também apresentou um aumento nas dívidas atrasadas, com 38% das famílias nessa situação.
A CNC projeta uma leve redução no endividamento nos próximos meses, com o índice devendo recuar para 78,2% em agosto e setembro, antes de iniciar uma nova trajetória ascendente, com previsão de fechamento do ano em 78,4%. A inadimplência também deve seguir uma tendência de crescimento, encerrando 2024 em torno de 29,5%.