Um dos fatores que confirmam essa transição trabalhista é o aumento do número de pessoas que viraram MEI (Microempreendedor Individual).
Por Luis Fernando Amaranes | Publicado em 28/10/2020 às 11H57
A perda do emprego formal ocasionada pela pandemia da Covid-19 fez com que grande parte da população brasileira encontrasse no empreendedorismo uma alternativa de investimento e sustento. Um dos fatores que confirmam essa transição trabalhista é o aumento do número de pessoas que viraram MEI (Microempreendedor Individual), totalizando cerca de 684 mil registros.
Dados do Sebrae apontam que no período de março a agosto de 2020, mais de 784,3 mil novos registros foram feitos no Simples Nacional, um crescimento superior a 20% registrado em comparação ao mesmo período do ano passado.
No Piauí, a Junta Comercial do Estado (Jucepi) registrou a abertura de 3.414 empresas e a extinção de 1.649, no período de janeiro a agosto de 2020, no sistema on-line Piauí Digital. O administrador de empresas com habilitação em marketing, Liberal Neto, informa que com a grande onda de empresas fechadas, vários serviços se adaptaram e potencializaram a renda financeira.
“Muitos microempreendedores não ficaram de fora desse acontecimento uma vez que os decretos proibiram todo tipo de atividades que não eram essenciais. Passados seis meses, após os mais variados acontecimentos e desdobramentos, em virtude do contexto, testemunhamos um grande farol no fim do túnel. O que eu pude observar foi um aumento considerável da demanda de vários locais que só podiam atender através de delivery e isso contribuir para o aumento da renda de quem já possuía um emprego e a garantia de renda para quem perdeu o seu”, explica.
Segundo levantamento do Sebrae, a grande maioria das empresas abertas nos últimos cinco meses envolveu a figura dos Microempreendedores Individuais (MEI). Foram 684 mil registros, 43 mil a mais do que no mesmo período de 2019. Outros 100 mil novos negócios foram registrados como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, entre 31 de março e 15 de agosto. Em paralelo, só no segundo trimestre de 2020, 8,9 milhões de brasileiros perderam o emprego, segundo o IBGE.
Liberal Neto destaca que muitas empresas de grande, médio e pequeno porte aproveitaram a crise para se reinventar e tornar seus serviços mais acessíveis.
“Muitas outras atividades se adaptaram ao contexto e começamos a ver o profissional do Pet ir até à nossa residência, os profissionais que consertam eletrodomésticos e prestam os variados tipos de serviço para uma casa ou empresas, a profissional de beleza que faz as unhas, cabelos ou massagens, dentre outros. O momento para quem se consolidou e está bem é de manter uma qualidade na prestação de serviços com um preço competitivo e quem ainda não percebeu as oportunidades que estão surgindo, que procure uma consultoria adequada. O Sebrae dá uma atenção especial a essa categoria para que possam criar um plano de negócios, principalmente”, conclui o administrador.
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