O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, onde discutiu a política econômica desenvolvida por sua pasta. Durante a sessão, Haddad destacou que as contas públicas do Brasil estão projetadas para ter o melhor resultado em uma década, graças às medidas econômicas implementadas pelo atual governo.
Críticas ao mercado financeiro
Na quarta-feira (26), Haddad expressou suas críticas aos movimentos especulativos no mercado financeiro brasileiro. Ele afirmou que as projeções do mercado carecem de consistência e que o relatório fiscal do primeiro semestre, a ser divulgado em 22 de julho, refletirá números alinhados com as previsões da Secretaria de Política Econômica. Segundo o ministro, “Com o trabalho que está sendo entregue, possivelmente, em 2024, vamos ter o melhor resultado fiscal dos últimos dez anos.”
Controle da inflação
Haddad ressaltou que a inflação está sob controle e em tendência de queda, conforme demonstrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) divulgado recentemente. Ele mencionou que a inflação oficial foi mantida abaixo de 4,75% no ano passado e deverá ficar abaixo de 4,5% neste ano. Haddad enfatizou o compromisso do governo e do Banco Central em atingir as metas de inflação, destacando o histórico de cumprimento das metas durante os mandatos do presidente Lula.
Déficit publico e transparência
O ministro explicou que grande parte do déficit público atual é resultado do reconhecimento de dívidas de administrações anteriores e do pagamento de precatórios. Ele afirmou que o governo atual está ajustando as contas com transparência, sem recorrer a práticas como o calote. “Estamos ajustando as contas com a maior transparência possível. Tudo está sendo contabilizado na forma da lei,” disse Haddad.
Relação com o Banco Central
Haddad também abordou a suposta rivalidade com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que deixará o cargo no final do ano. Ele esclareceu que Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, participou de uma reunião no Palácio do Planalto para esclarecer dúvidas sobre o decreto que instituiu a meta contínua de inflação. Haddad lamentou que a ausência de Campos Neto na reunião tenha sido usada para especulações no mercado financeiro. Ele reforçou que a meta contínua de inflação e o novo arcabouço fiscal representam um avanço macroeconômico significativo para o país.
Plano safra
O ministro também comentou sobre o adiamento do Plano Safra para o próximo dia 3. Ele explicou que o atraso se deve a ajustes solicitados pelo presidente Lula para melhorar uma linha especial de crédito, sem impacto no orçamento do governo. “Apresentamos o Plano Safra ao presidente Lula, que pediu ajustes para melhorá-lo. Não se trata de mais equalização, se trata de uma linha específica que ele pediu para turbinar e não tem impacto fiscal,” esclareceu Haddad.